domingo, 28 de fevereiro de 2010

Terry & Bridge

É uma das mais velhas histórias do mundo: por uma mulher terminam amizades e começaram guerras.
Chelsea, 2 Manch. City, 4
Capítulos anteriores: Terry e Bridge eram amigos, até que se soube que Terry se meteu na cama de Vanessa Perroncel, a mulher de Bridge. Ontem subiu à cena o derradeiro capítulo. Terry, do Chelsea, fazia de promíscuo Henrique VIII. Bridge, do Manchester City, de atormentado Otelo. E a fascinante Cleópatra não entrou em campo. Terry pisou o relvado com duas crianças pela mão ("Não há vício tão simples que não afivele a aparência da virtude", William Shakespeare). Bridge atravessou o campo de sobrolho carregado ("Uma mulher de juízo leve torna o marido pesado", W. S.). As duas equipas saudaram-se, Terry estendeu a mão a Bridge, pedindo desculpa ("A beleza provoca o ladrão mais do que o ouro", W. S.). Bridge ignorou-o ("O amigo comprovado, prende-o firme no coração com vínculos de ferro; mas a mão não calejes com saudares a todo o instante amigos falsos", W. S.). Terry ficou abatido por o outro não lhe aceitar a fraqueza ("A amizade é constante em tudo, menos em assuntos do amor", W. S.). Os dois treinadores, a quem não escapou a cena, sussurraram-se uma piada ao ouvido um do outro, são italianos ("O mundo inteiro é um palco", W. S.). Os adeptos do Chelsea gritaram por Terry e assobiaram Bridge ("As falhas dos homens eternizam-se no bronze; as suas virtudes escrevem-se na água", W. S.).
Ferreira Fernandes, Diário de Notícias

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