quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Salário Mínimo (3)

Os integristas liberais, para se manterem coerentes na sua linha de pensamento, além da extinção do salário mínimo (a questão do aumento do mesmo é para eles um epifenómeno), defenderão concerteza:
  1. A abolição da idade mínima para trabalhar (o trabalho infantil);
  2. A abolição do horário de trabalho (se os chineses dormem na fábrica, para sermos competitivos, também temos de o fazer); e,
  3. A abolição dos subsídios de férias e de Natal (normalmente os integristas liberais dizem que o empregador paga um salário anual, dividido por 14 , pelo que vai dar ao mesmo. Já o Henrique Raposo, no Expresso, manifestou-se contra a próprio conceito de férias...);
  4. A qualificação do trabalho e do trabalhador como utility e commodity (ou seja, a servidão)...

2 comentários:

Pedro Soares Lourenço disse...

Já contei esta historia pelo menos uma vez, por ai algures.
Desde miudinho, bem pequeno, sempre houve uma coisa que me fez (e, confesso desde já, continua a fazer) imensa confusão: como é que um indivíduo trabalhador, recebe como contrapartida do seu trabalho, catorze salários mensais trabalhando apenas onze meses?
Inventem o que inventarem há aqui qualquer coisa que não está correcta: vejamos, se, por definição, o salário é a contrapartida do trabalho, como é que contra onze se dá catorze?
Qualquer ser humano pensante facilmente repara que há qualquer coisa nestas simples contas que não está correcta. Ninguém "dá" catorze contra onze em qualquer lugar do mundo. Nunca deu e no futuro não dará.
Vivemos numa luxuosa utopia. Saboreiem-na com volúpia.

Nuno Santos Silva disse...

A existência destes bónus faz parte do sistema em que estamos inseridos: é assim como o limite mínimo de idade para trabalhar, a não discriminação entre sexos e raças, a proibição da escravatura, etc.