sábado, 4 de outubro de 2008

Mário Machado (2)

Mário Machado, perante a Justiça, deveria ser um cidadão como outro qualquer. Mas não é. O racismo não passa de uma ideologia abjecta, mas - quando não se transforma em crime comum - não deve merecer mais do que uma censura social.
A criminalização do racismo e das doutrinas fascistas é um paradoxo que devia ser eliminado da lei: afinal, por que apenas o fascismo? Por que não também o comunismo, responsável por tantos milhões de mortes?
Por outro lado, a discriminação racial não tem manifestação pública apenas em Mário Machado e no seu grupo. Basta ler as letras de artistas, "imigrantes" de 2.ª geração que repudiam o "branco" e o "português" (quando até têm a nacionalidade portuguesa), para perceber que as autoridades actuam - "as usual" - ao sabor do vento. Basta ver a guerra étnica que deflagrou na Quinta da Fonte, que não teve qualquer consequência a nível criminal (no aspecto da discriminação racial), para perceber que, em Portugal, o próprio conceito de "racismo" é racista: é a discriminação racial promovida por um "branco" sobre alguém de qualquer outra cor ou tonalidade.
É por isto que, salvo no que respeita aos crimes comuns, Mário Machado não é - perante a Justiça - um cidadão qualquer, é um prisioneiro político na acepção técnica: defende uma ideologia criminalizada.
O racismo é uma imbecilidade, e Mário Machado é racista.
Mas os imbecis também têm o direito de pensar da forma que quiserem.

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