sábado, 8 de março de 2008

Na Vila Faia do século XXI

Terá Portugal mudado assim tanto em vinte e cinco anos?
Confesso que o meu recanto de sopeira (será penas um recanto?) estava algo curioso para conhecer a nova Vila Faia. Quem foi “obrigado” a assistir à versão original – nesse tempo não havia rigorosamente mais nada para ver na TV, nem sequer alternativa “fácil”a ela – não esqueceu a primeira telenovela portuguesa. Visto algo de soslaio este duplo arranque o que parece ter mudado? A classe das interpretações ficou lá no século passado, as uvas passaram a ter nome (leia-se castas), a doentia consciência ecológica está lá e chateia, há lingerie sensual e rabinhos ao léu, o boxe passou a kickboxing, há muitos telemóveis a tocar, tudo a um ritmo muito pop-chunga vulgo Morangos com Açúcar. E o que é que ficou? Pelo menos a invejinha e a pobreza que marcavam e marcam indelevelmente a sociedade portuguesa estão lá, não nos abandonaram. Nem nos devem abandonar tão cedo.
Tomando uma simples telenovela como barómetro – porque não(?) é um dado como outro qualquer e se calhar até bem revelador - terá então Portugal mudado assim tanto em vinte e cinco anos?
É pouco provável. Sem duvida que ficámos mais modernaços, imensamente mais “cagões”, mas os males que nos atacam como doenças contagiosas não nos largam, muito pelo contrario, parecem cada vez mais incrustados e mais profundos.
Como há vinte cinco anos atrás, se calhar vai valer a pena perder algum tempo com as bolandas em torno da Vila Faia. Nem que seja para nos conhecermos um pouco melhor.

sexta-feira, 7 de março de 2008

quarta-feira, 5 de março de 2008

Efervescências (XIII) - Como eu gosto de vos ver chorar...



Foi linda esta jornada da Liga dos Campeões. Ontem vi o ManUtd fazer o pior jogo da epoca e ganhar ao mini-Lyon com um golo do C"7"R. Ainda fui a tempo de saborear o sofrimento alheio na luta das grandes penalidades no Sanches Pijuan.
Mas nada iguala o gozo de ver os olhos abundantes de lágrimas dos “andrades”. É cruel, acaba de dizer Jesualdo Ferreira na RTP. É delicioso ver-vos sofrer assim, digo eu.
E na Europa do futebol só estão equipas de Lisboa...

A maioridade do Público

O tempo não estica [grande novidade…]. Assim, não dá para tudo. Perdi a festa de maioridade do “nosso” diário. Mas os profissionais da blogosfera não. Vale a pena ler “A Confissão” de Daniel Oliveira. Nem que seja para ver até que ponto a esquizofrenia pode atacar uma pessoa inteligente.

Campo Contra Campo (CV)

Camille – Margarida Gauthier. 1937 (*****)


Isto de ter trabalhos esquisitos e horários estranhos não é só defeito. É ainda virtude.
Passados não sei quantos anos regressei à Cinemateca. E em boa hora. Só o nome do Ciclo, enche-nos a alma: “Divas às matinés”. Haverá coisa mais bela?
A realização é de George Cukor. “Monstro”, diz quem sabe. Não me lembro de ter visto qualquer obra sua. O que só prova que tenho tudo a aprender no que à “sétima” diz respeito. De “Camille” dizem ser o melodrama convencional. Que seja. Para mim é um daqueles soberbos argumentos de “faca e alguidar” – Alexandre Dumas, Filho - filmado com uma mestria assombrosa. Uma mestria que já não se usa. Tal como um amor assim, que nos é dado a viver. Um amor que mata. Rigorosamente.
Outros tempos, outras historias. E outro cinema. Com uma Greta Garbo omnipresente, que raramente abandona a tela. Que belo filme...

PS: O Ciclo "Divas às matinés" continua durante este mês de Março. Programação a consultar aqui. Não perca, quem pode.

...entretanto chegam-nos noticias da "fabrica de fazer parafusos"

Como é que poderá haver sossego para fazer investigação criminal em Portugal se no seio do Órgão primo a quem cabe a mesma está instalado o caos em cuecas. Vale a pena ler este comunicado da ASFIC/PJ para tentar compreender o estado a que “isto” chegou.

terça-feira, 4 de março de 2008

A reacção será devastadora?

Mais uma morte. Agora foi um segurança no Centro Comercial Colombo.
Estamos em Portugal, um país reputado de "brandos costumes", mas esta reputação é mais aparente que real, e temo que a justiça popular produzirá os seus resultados cegos muito em breve. Talvez a par do avanço da extrema-direita...

…e cada vez seremos mais

Dezasseis anos: Parabéns aos Sempre Presentes.

Isso é o que me preocupa!

«Polícia Judiciária nega existência de crime organizado associado à onda de violência recente em Lisboa» (Público).
Ou seja, não se trata de um fenómeno localizado e dirigido especificamente a alvos pré-determinados, como sucede no grande Porto, mas sim de pura banditagem, que pode ter como vítima qualquer pessoa.
Repito, qualquer pessoa!
p.s. - Ao contrário do que é normal, a Polícia anunciou que o suspeito do homicídio de uma mulher em Sacavém no Sábado passado é branco. Isto permite concluir que em todos os outros casos os crimes são cometidos por não brancos?

É sempre a mesma cantiga…

1. Então achavam que ia ao WC ver os rapazes do Manto Sagrado pôr a lagartagem em quinto lugar e não dizia nada?

2. A saborear. Devagarinho. A saborear. Que isto da idade leva-nos umas, mas traz-nos outras. A saborear é como eu me sinto.

3. É caso para tanto? Claro que é! Depois de aturarmos as caganças do costume durante uma semana inteira, jogámos mais, criámos mais, fomos melhores, fomos mais roubados e só não ganhámos porque não calhou.

4. Mas o mais engraçado tem sido ver, ouvir e cheirar a cantiga do costume. Os lagartos, pela milionésima vez, dizem que foram roubados. Mentira!

5. Roubados fomos nós, porque Tonel deveria ter sido expulso pela bárbara agressão a Cardozo; roubados fomos nós porque quando lhes estávamos a dar um banho de bola expulsaram mal o nosso lateral direito. E não há grande penalidade alguma de Léo.

6. Quis a ália que no dia 16 de Abril voltemos ao WC. Fiquei feliz com o sorteio da Taça. Os lagartos são de longe a pior equipa das quatro ainda em compita e estaremos muito mas motivados por jogar no seu terreno. Lá voltarei, se o fado assim o quiser.

7. E não, não me canso. Não me canso de elogiar os melhores adeptos do glorioso. Fantástico festival dos Rapazes Sem Nome e dos Diabos que mais uma vez deram uma lição de mentalidade; de como bem se apoia uma equipa de futebol. Apoio incondicional, sempre, sempre, mas sempre a cantar e a apoiar que até arrepiou. Fossem dez por cento dos que costumam ir à Luz como eles e não seríamos apenas gigantes.

8. Viva o Benfica!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ora ai está o que nem a PIDE-DGS ousou sequer tentar

Na pagina 8 do Público do passado sábado (noticia “invisível” na edição em linha) ficámos a saber que uma “mulher de 66 anos que estava a vender seis cigarros a um miúdo de 13 anos, que se abeirara do Quiosque do Largo, na Praça Machado dos Santos, mesmo no centro de Valongo” foi apanhada em flagrante delito, detida e conduzida na passada sexta feira ao Tribunal de Valongo onde terá sido sujeita a julgamento sumario.
A mulher incorre em duas contra-ordenações: uma por vender tabaco a um menor, outra por falta de informação no seu estabelecimento que é proibida tal venda.
Mas o espantoso do episódio está em que a mulher, ao ter vendido ao rapaz seis cigarros avulsos por 1,50 euros, incorreu no crime (pasme-se) de especulação!
Vamos lá ver se nos entendemos. Uma pobre velhota da província, que vende tabaco e jornais, foi apanhada pela polícia em flagrante delito a vender seis cigarros a um puto por trezentos “paus” e por isso vai acusada pela prática do crime de especulação? O que vem a ser isto? Que país será este? Para onde caminha?
Oh tempo, volta para traz…
Se os pides voltassem cá agora, teriam por certo vergonha do local onde poisaram e saudades do seu "tempo nobre" comparado com a porcalhota em que se tornou este Portugal.

Sporting consolida 5.º lugar

Mais uma nota nazarena

sábado, 1 de março de 2008