Neste fim-de-semana, no programa “Plano Inclinado”, transmitido pela SIC Notícias, Mário Crespo perguntou a Medina Carreira uma medida concreta para Portugal combater a crise.
A resposta foi singela: reduzir os salários. Porque apenas comprimindo o poder de compra é que deixaríamos, no entender de Medina Carreira, de comprar tanto ao estrangeiro e de nos endividarmos.
Confesso que esperava uma resposta ao mesmo tempo polémica (claro), mas também inovadora, razão pela qual fiquei desiludido:
O modelo económico português das últimas décadas assentou essencialmente em salários baixos e depreciação da moeda, com os resultados que se conhecem. Com a introdução do Euro, os salários baixos passaram a ser o único truque para as empresas portuguesas conseguirem ser competitivas.
Escrevo “truque” porque é disso que se trata: não é visão de futuro, não é estratégia, não é empreendedorismo. É tão só uma manigância.
A solução apresentada por Medina Carreira traria como consequência o agravamento da crise social, numa mistura de “caçarolaço” e “subprime”, porque, em primeiro lugar, deixaríamos de poder pagar as dívidas que contraímos no passado e, em segundo lugar, para fugir ao desemprego, os trabalhadores aceitariam reduzir ainda mais os seus salários.
A solução apresentada por Medina Carreira (além de mostrar que a Economia continua longe do indivíduo), constitui um desincentivo à formação profissional, porque ninguém investe na formação de “recursos humanos” se não fizer intenção de o remunerar condignamente. Sem formação e com salários baixos, tanto a competitividade como a produtividade continuarão baixas e a decrescer, e os melhores de nós farão a última escolha para se libertar da mentalidade negreira de que a nossa “elite” económica e financeira continua imbuída: emigrar.
A resposta foi singela: reduzir os salários. Porque apenas comprimindo o poder de compra é que deixaríamos, no entender de Medina Carreira, de comprar tanto ao estrangeiro e de nos endividarmos.
Confesso que esperava uma resposta ao mesmo tempo polémica (claro), mas também inovadora, razão pela qual fiquei desiludido:
O modelo económico português das últimas décadas assentou essencialmente em salários baixos e depreciação da moeda, com os resultados que se conhecem. Com a introdução do Euro, os salários baixos passaram a ser o único truque para as empresas portuguesas conseguirem ser competitivas.
Escrevo “truque” porque é disso que se trata: não é visão de futuro, não é estratégia, não é empreendedorismo. É tão só uma manigância.
A solução apresentada por Medina Carreira traria como consequência o agravamento da crise social, numa mistura de “caçarolaço” e “subprime”, porque, em primeiro lugar, deixaríamos de poder pagar as dívidas que contraímos no passado e, em segundo lugar, para fugir ao desemprego, os trabalhadores aceitariam reduzir ainda mais os seus salários.
A solução apresentada por Medina Carreira (além de mostrar que a Economia continua longe do indivíduo), constitui um desincentivo à formação profissional, porque ninguém investe na formação de “recursos humanos” se não fizer intenção de o remunerar condignamente. Sem formação e com salários baixos, tanto a competitividade como a produtividade continuarão baixas e a decrescer, e os melhores de nós farão a última escolha para se libertar da mentalidade negreira de que a nossa “elite” económica e financeira continua imbuída: emigrar.
1 comentário:
Concordo plenamente com o raciocínio.
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