Hoje estreia Odete, um filme de João Pedro Rodrigues.
Escreve assim o André do all of mee (link) num post que merece ser lido de dio a pavio: Mais distante da escatologia de “O Fantasma” (1999), mas nem por isso menos obstinado, “Odete”, de João Pedro Rodrigues, volta ser o desejo filmado dos corpos marginais que, independentemente da sua orientação sexual, são antes movidos por uma convicção tornada obsessão. (...) Porque é efectivamente um filme que nos faz acreditar no poder do cinema como algo que conta histórias. O realizador segue as personagens em travellings lentos e longos como o vento ou fantasmas deslizando, desta vez com um olhar menos voyeurista que no anterior trabalho, mostrando o que é preciso mostrar, deixando acontecer aquilo que teria que acontecer. A maneira de o fazer é que marca a diferença. João Pedro Rodrigues mostra segurança no desenvolvimento de uma personagem que é difícil de acompanhar porque ao espectador é complicado lidar com a loucura dos outros, a câmara não cai nas manias das personagens, preferindo por vezes desviar-se do acontecimento e aproximar-se dos seus olhos ou dos objectos que rodeiam a situação.
PSL
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