quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

(De)Crescimento económico

O crescimento económico é uma grandeza da direcção de políticas que considero ser indispensável para a sustentabilidade da economia e bem-estar de Portugal e dos portugueses, mas julgo que é insuficiente, porque as bases de medição do crescimento económico (PIB, PNB, paridade do poder de compra, taxa cambial) são desadequadas e reflectem não totalmente meros valores quantitativos, indicativos e parciais, não obstante serem ainda importantes no presente. E este é o problema, pois deveríamos estar já a antecipar o novo paradigma que já chegou da sustentabilidade das pessoas, poderes e das nações, que me parece ter mais que ver com aquilo que as pessoas valem, como criam riqueza nas suas conexões e facilitam e resolvem problemas nos seus relacionamentos e como atraem riqueza pelos valores que o país e os portugueses possuem, individual ou colectivamente. O que vai valer no futuro próximo não me parece que seja a moeda ou a quantidade de dinheiro 8como aliás já acontece hoje com o crédito), nem o produto nacional é a melhor medição para a nossa razão de ser (não é a felicidade ou bem-estar?!), sobretudo com a actual crise do euro, bem como dos dogmas ocidentais de quem governa e detém o poder.

A "pobreza" financeira europeia é inevitável, por isso terá que ser compensada por uma "riqueza" imaterial, relacional e renascida e maximizada do que a europa melhor tem para oferecer: saber, prestígio e mediação, em nome de uma nova forma de criar riqueza que julgo ser a melhor forma de sairmos de uma crise: saber criar valor acrescentado à sua paixão e ao seu talento, cabendo ao estado fornecer e facilitar as condições de possibilidade dessa realização. Se está provado que somos felizes e mais produtivos a fazer o que gostamos, e se aprendemos mais facilmente aquilo que adoramos, logo, porque não se fazem políticas públicas (normativa-organizatório-funcionais das estruturas, do o ensino às profissões, das regulação à prestação de serviços) à séria com este desígnio?


É um caminho árduo, pois não é fácil sabermos como ser felizes (normalmente sabemos o quê), consigo e os outros, nacional e internacionalmente, mas é a melhor alternativa que conheço à austeridade económica e, consequentemente, democrática. E este desígnio só se pode fazer com o PS e o PSD, e se eles não o protagonizarem, teremos que ser nós, cidadãos a defendê-lo, como aliás já acontece em algumas partes do globo. Por isso, não se trata do PS, antes do país.

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