terça-feira, 28 de junho de 2011

A AIG, os pobres e o tributo solidário

Será que para a Direita portuguesa os pobres são uma espécie de AIG, que poucos dias após o bailout ofereceu um fim-de-semana de luxo aos seus administradores?

Parece que sim. Há dois anos e meio Maria José Nogueira Pinto assegurava que os “velhotes” “não precisam de 80 euros para ir beber cervejas, para ir comer doces, que são diabéticos e ficam doentes, para serem roubados pelos filhos”. Agora é Fernando Negrão que nos explica que “existem agregados que não sabem gerir as suas finanças e no dia seguinte a receber o apoio vão gastar tudo”.

Mas os pobres mantêm ainda assim algumas diferenças face à AIG: o Governo PPD/PP pretende instituir o tributo solidário, oferecendo mão-de-obra gratuita ao já tão dependente de subsídios estatais terceiro sector. Nesta linha de pensamento do Governo, ficamos todos a aguardar pelo tributo solidário a que ficará sujeito o nosso sector financeiro pelo recurso à garantia do Estado nas suas operações de financiamento…

Não ponho em causa que os beneficiários de subsídios do sistema não contributivo (i.e. que não “descontaram” para protecção contra o risco em causa) devam retribuir o apoio que lhes é dado. Mas acredito que a melhor retribuição é – depois da obtenção de formação profissional útil – o pagamento de impostos para a comunidade.

Assume assim cada vez mais importância, num mundo globalizado e cada vez mais sujeito ao totalitarismo financista, o investimento nos cidadãos garantindo que cada criança tenha igualdade de oportunidades no acesso à Saúde e à Educação para que cresça plena de cidadania e empreendedorismo.

Só oferecendo Oportunidade poderemos exigir Responsabilidade e conquistar Prosperidade.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A queda do River Plate

Em Portugal e na Europa não tenho simpatias, dignas desse nome, por outro clube que não o nosso Querido Sport Lisboa e Benfica.

Já no resto do mundo, consigo encontrar, pelo menos, três clubes com que simpatizo: Flamengo, Boca Juniors e Gold Coast United. Se a minha simpatia por este ultimo não é fácil de explicar e de entender – é um clube com menos de dez anos de Queensland, Austrália – a simpatia pelos demais é simples: são gigantes do futebol mundial – estima-se que o Flamengo tenha quarenta milhões de adeptos apenas no Brasil – que partilham com o Benfica valores idênticos: Vitória, Povo, Mística, Povo, Historia, Povo!

Um benfiquista nunca pode simpatizar com o River Plate. Nunca. Porque tal simpatia é um contra-censo, não faz sentido; é mesmo um antagonismo. Quem conhece um pouco da sua historia sabe que os valores do River – independentemente das suas conquistas – são os valores de outros que não o Benfica. É ignorante aquele – e daqui coloco de parte, naturalmente, a minha família de Buenos Aires que lá terá as suas particulares razões para, apesar de ser benfiquista ser também adepta dos millionários – que sendo benfiquista é ao mesmo tempo simpatizante do River. O que não é, obviamente, mau em si mesmo. Eu também não percebo rigorosamente nada de física nuclear (nem de física, quanto mais nuclear); simplesmente não ando por ai a proclama-lo aos sete ventos…, não sei se me faço entender.

Enfim…, tudo isto para dizer que foi com alegria que assisti ontem ao dia mais negro da história do River Plate; não fora este, aqui em Lisboa, um coração um pouquito xeneize.

A narrativa anti-partidária

A narrativa anti-partidária está fortemente enraizada em Portugal. Cresceu bastante no fim da Primeira República, cimentou-se com o Estado Novo e renasce agora com políticos que dizem que não são políticos mas técnicos (como Cavaco Silva, ou Ferreira Leite), como se as suas opções técnicas não fossem ideologicamente ditadas.

Mas não só, o “anti-partidarismo” faz-se também com políticos que, chegados ao poder, procuram incensar-se de insuspeição ao recrutar ministros e secretários de estado sem filiação partidária formal e com outros que, paramentados de vestes de “comentadores”, censuram a nomeação, por exemplo, de Miguel Relvas e de Marco António Costa.

Todos aqueles que, durante anos a fio, retiram tempo a si próprios e às suas famílias para debater ideias e buscar soluções, que fazem campanhas eleitorais sujeitando-se aos insultos de quem passa, mereciam mais respeito.

Não está em causa o cuidado que se deve ter para que o Estado não seja tomado de assalto pelos aparelhos partidários. Mas deve também dizer-se que o Estado não deve ser tomado de assalto pelos outros aparelhos, sejam religiosos ou laicos, sejam corporativos ou rentistas, sejam culturais ou bancários.

Por isso, ao fazer-se as contas a quantos ministros e secretários de estado são do PSD ou do CDS, também se deveriam fazer as contas, por exemplo, de quantos estão ligados ao sector financeiro ou ao sector universitário.

Porque as tentações… essas despertam em todos, e não só nos políticos.

domingo, 26 de junho de 2011

O plano não funciona? Mantemo-nos no plano!

Escutando Passos Coelho anunciar que apresentará um "PEC V" composto por medidas de austeridade adicionais ao plano da troika, lembrei-me destas palavras que há três meses Cavaco Silva proferiu no seu discurso de tomada de posse e que deram abertura para o assalto final ao "pote": «há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos». Aguardemos portanto o "spin" da guarda pretoriana mediática de Cavaco que nos explicará que o PEC IV era mau e que o PEC V, um "plus ultra" ao memorando de entendimento, é o melhor que nos poderá acontecer.
Não nos iludamos: os integristas de mercado que, à semelhança dos estalinistas, olham para as pessoas como "ratinhos brancos" do seu laboratório de experimentalismo socio-económico, não se deterão nem perante a realidade.
Como diz a Economist nesta semana: «the European Union seems to have adopted a new rule: if a plan is not working, stick to it». Nem que esse plano nos esteja a empurrar esgoto abaixo...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fruta da época (I)

Isto dos blogues é como tudo na vida. Nada pode vir em branco e tudo tem de se adaptar ao ar dos tempos.
Está calor, vai estar mais e temos um governo novo. E o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Nada.
Fiquem então com a primeira fruta da época…, fresquinha, parvinha e muito tuginha…, como convêm por estes dias críticos mas cálidos.


[…sim, é o Saca a surfar num clip do Diego Miranda. É verão, definitivamente]

terça-feira, 21 de junho de 2011

Nobre

Os jornais, hoje, fazem quase o pleno. Passos Coelho ainda nem posse tomou e já arca com a sua primeira derrota politica, dizem eles – ávidos de sangue fresquinho, digo eu. É normal.

Seguem a linha de alguma esquerda que tenta usar os métodos trauliteiros que alguma direita usou durante seis anos contra Sócrates e a sua tralha. É (ainda) normal. Mas é também errado. Pois, caso ainda não tenham reparado, os sujeitos e o objecto em causa são totalmente diferentes. Passos e a sua gente estão nos antípodas de Sócrates e o seu bando e…, o mundo mudou, pá! Nunca se esqueçam…, o mundo mudou.

Tenho de concordar com aqueles que dizem de Nobre nunca nada ter feito na política; Nunca ter sido deputado e não se lhe conhecer, sequer, pensamento político. Não lamento também a humilhação porque passou ontem em São Bento. Mas no fim temos de reconhecer que Nobre acabou por ser nobre, apesar da contradição que acaba por ser a sua continuação no hemiciclo – se calhar, Nobre está a aprender depressa a função de deputado…

Voltando ao inicio. Feita que seja a história desta legislatura o episódio de ontem não passará de um pequeno faits divers. Se isto foi uma derrota para Passos Coelho…, expliquem me lá quem foi o vencedor?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Breve viagem ao futuro do surf

Passei o fim-de-semana a fazer uma das coisas que mais gosto na vida: olhar o mar. Foram horas e horas de contemplação interrompidas por rápidos flashes. Linhas incríveis sulcadas na espuma, gotas de água que se espalham até ao céu.

Quem assim escreve nas ondas é uma novíssima (e global) geração de surfistas profissionais. Mergulhei quase três dias na Ericeira para ver o mar. Mas também na secreta de esperança de ver estes miúdos expressarem-se da melhor forma que sabem: deslizando numa onda de forma, por vezes, impossível de antever há meia dúzia de anos atrás.

A sorte protegeu este vosso não tão audaz escriba e ao fim do Quiksilver Pro Portugal 2011 chegaram…., Gabriel Medina, brasileiro, 17 anos; John John Florence, havaiano, 18 anos; Miguel Pupo, brasileiro 19 anos; Julian Wilson, australiano, o ansião do grupo com uns “pesados” 22 anos.

Fiquei contente…, para além de ver o mar queria também poder dizer um dia, se lá chegar, “eu vi o Medina há quinze anos a partir tudo em Ribeira”, “este John John que agora é campeão mundial, vi-o há dez anos na Ericeira era ele um puto imberbe.”

A vitória acabou por sorrir ao “velho” australiano Wilson mas também não ficaria mal entregue a qualquer um daqueles quarto finalistas. E assim, durante um fim-de-semana, pude assistir mesmo aqui ao lado de casa a uma tão estranha quanto fascinante breve viagem ao futuro do surf. As pontuações elevadíssimas que estes miúdos resgataram de apenas quatro ou cinco pés de onda, confirmam o meu cartão de embarque. O futuro será radioso…, bela viagem!

sábado, 18 de junho de 2011

Primeiras notas sobre o Governo


  1. É o primeiro Primeiro-Ministro licenciado na Universidade Lusíada;

  2. Sai BES entra BCP;

  3. Sai Clássica entra Nova;

  4. O Instituto Superior Técnico continua no poder e reforça o seu peso específico;

  5. Mais de um terço dos ministros não participou na campanha nem se sente suficientemente comprometido para se filiar no PSD.

Veremos como ficarão as relações de forças quando a equipa de secretários de estado ficar completa…

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nunca te esqueceremos...

...Nuno (link).

Merda cor-de-rosa

Não, não. Apesar do título o poder sugerir, este não é mais um post sobre Sócrates ou o sobre o seu (des)governo. É tão só um post para assinalar mais uma fabulosa crónica de Hugo Gonçalves.

Em regra, o ser humano aprecia aquilo que não consegue fazer. E eu aprecio, muito, a capacidade que o Hugo tem para diariamente, repito, diariamente, preencher um curtíssimo espaço em branco de forma tão, digamos, genial. Hoje não resisto, e roubo ao Hugo e ao i (link) a sua crónica intitulada “Lixo porco”. Brilhante!

Por todo o país há esse lixo cheio de bactérias, despudor e mentira, comercializado em capas de revistas que gritam títulos imundos: "Sónia Brazão morte anunciada. Todos os pormenores do horror para sobreviver." Estas revistas defendem o direito ao jornalismo da emoção (?), como quem acena ao leitor com um acidente de carro na auto-estrada. E se o Cristiano Ronaldo passou, em algum momento da sua vida, nessa estrada, melhor ainda. Faz-se logo uma chamada de capa. Até o novo primeiro-ministro foi embrulhado neste papel colorido e mal cheiroso: "Ele comeu do lixo. Irmão com paralisia." O que estas publicações têm feito com a história da actriz Sónia Brazão, vítima de uma explosão, é tão pulha que causa náuseas. Nestas revistas, além da indecência, mente-se muito, exagera-se e explora-se a tragédia como quem vende farturas. Não se trata apenas da invasão da privacidade, trata-se de fazer da vida dos outros um produto sujo, muitas vezes ficcionado. Lixo, já se sabe, haverá sempre. Mas os responsáveis por estas revistas deviam pagar pelo lixo que produzem (e os jornalistas deviam meter a mão na cabeça, contestar ordens, dizer que não). Em Inglaterra, onde há tanto lixo mediático, quem mente paga bem. O "News of the World" já largou 100 mil libras por publicar fotos não autorizadas de Sienna Miller. Se vamos a um restaurante e a comida está estragada, reclamamos. Se compramos uma camisa e tem defeito, vamos trocar. Devíamos fazer o mesmo com este lixo de papel. Tanta árvore assassinada para produzir apenas, e tão só, merda cor-de-rosa.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O chato



Parece uma daquelas doenças más…, será que não haverá meio de nos livrarmos da criatura?

domingo, 12 de junho de 2011

Ó meu rico Santo António

Hoje: noite se Santo António. É aquela em que um homem sabe como sai de casa e não faz a mais pequena ideia de como chega. Provavelmente…, a melhor noite do ano. E amanhã? Talvez a pior manhã...
No Editorial da revista Time Out Lisboa desta semana, os pontos são colocados nos is.

Ser lisboeta e não comemorar o Santo António é como ser brasileiro e não celebrar o Carnaval. Não faz sentido. Poucas capitais do mundo conseguem manter viva, nos dias de hoje, uma tradição popular tão castiça, participada e animada. Que muito mais do que uma festa religiosa, é uma festa da cidade e da sua gente.

Tal e qual.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Humm... como era mesmo? Ah sim! Asfixia democrática...

"Tal como Fátima Felgueiras e Isaltino Morais, Cavaco Silva acha que uma vitória eleitoral elimina todas as dúvidas sobre negócios que surgem nas campanhas".

Para Cavaco esta frase, na coluna "sobe e desce" da revista Sábado, configura um crime de lesa-majestade (a.k.a "crime de ofensa à honra do Presidente da República").

Aguarda-se a indignação de Mário Crespo...


Até os bichinhos gostam…



…de surfar umas ondinhas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Coisas divertidas III

A primeira medida que Passos Coelho anuncia, a criação de uma Autoridade Orçamental Independente, é igual à primeira de Sócrates que criou os controladores financeiros dos ministérios...

Coisas divertidas II

Reacção dos mercados ao Governo CDS/PSD:
Juros a 10 anos batem recordes.

Coisas divertidas

Quando alguns responsáveis do PSD e do CDS davam entrevistas "lá fora" lançando a desconfiança internacional sobre a capacidade portuguesa para honrar os compromissos, não havia problema.

Vejamos o que diz um dos blogues "corporativos" azul/laranja, sobre as infelizes declarações de Ana Gomes:

Isto é só o começo


Não consigo ser tão prolixo como, por exemplo, o Pedro Marques Lopes (link).

Ao comparar Paulo Portas com Dominique Strauss-Kahn (link), Ana Gomes não fez mais do que chafurdar na merda como os porcos. Os ingleses têm uma palavra para isto: disgusting.

Preparem-se. Lixo deste, como Ana Gomes, é coisa que não falta na tralha socialista. Se ainda nem a procissão do próximo governo vai no adro e já começam a regurgitar assim, o que será daqui por uns meses?

Obrigado, Zé..., nunca te esqueceremos

segunda-feira, 6 de junho de 2011

E novidades?

Rapidamente e em força

No restolho da noite eleitoral não há muito mais a dizer.
Não há tempo a perder. Cavaco sabe disso e exige celeridade (link). Eu também.
Estamos perante mais uma oportunidade, talvez a última, de arrepiar caminho, reconhecer os erros passados, enterrar os mortos e tratar dos feridos.
Tudo isso terá de ser feito rapidamente…, e em força.

domingo, 5 de junho de 2011

Resumo da noite

Declaração digna de Sócrates anunciando a sua demissão de Secretário-Geral do Partido Socialista, tendo em conta a derrota eleitoral.
Declaração aliviada de Portas, que só falou quando se mostrou claro que o PSD não chegaria sozinho à maioria absoluta.
Declaração prudente de Coelho ao evitar a questão do Governo de 10+1 em condomínio com o CDS.
Nojo da noite: a questão da RR sobre a possibilidade de aparecerem novos processos judiciais contra Sócrates, agora que deixará de ser Primeiro-Ministro...

Fim de festa

Este é tempo de desgraça; não há espaço para estado de graça.

Grave..., grave

...é a ventania e consequente baixa de temperatura que lá vem nos próximos dias.

Pode haver rapaz mais ridículo que o Sócrates?

Pode: Anacleto!

Noticia da noite

Rui Marques demite-se do MEP.

Comparando resultados com 2009...

... foi o centrão a decidir isto de novo.

Sócrates

O episódio de hoje de o último a sair.

Capoulas Santos...

...apenas mais um imbecil.

Sócrates já decidiu avançar com a demissão hoje

...diz a RTP!

Nem um indiano à porta do Altis...

...muito menos um paquistanês!

Pára tudo...

...o sonho de Sá Carneiro está prestes a concretizar-se!

???

RTP aponta possibilidade de PAN eleger um deputado.

Ana Gomes...

...foi a primeira a pedir a cabeça de Sócrates.

Adeus imbecil

Abstenção

39.3% a 43.7% sic/eurosaondagem; 38% a 43% tvi.
RTP: abstenção entre 39% e 45%, a maior de sempre em legislativas.

Emissão Especial

Foi um excelente fim-de-semana de praia...
Agora, durante algumas horas, é tempo de brincar às “emissões especiais” com a tecnologia gratuita que a Rede disponibiliza.

sábado, 4 de junho de 2011

O desporto é saúde


Amanhã, não faltes! Grande evento desportivo, não faltes! Traz um amigo também, não faltes!

Dia de reflexão

Dia inútil e hipócrita como escreve um cronista qualquer num jornal diário de hoje que não me apetece glosar. Eu, por exemplo, não faço outra coisa desde o dia 21 de Fevereiro de 2005 do que reflectir na melhor forma de acabar com este vácuo e correr com o espectro – podem confirmar aqui (link).

Em Janeiro, aquando das presidenciais escrevi ainda aqui (link): com a internet, o 2.0, os blogues e as redes sociais faz algum sentido manter este dia? Não faz; talvez isso não se note muito nestas que são presidenciais e estão praticamente destinadas mas, eleições próximas, irão colocar sempre o conceito que está subjacente a um dia como o de hoje em profunda crise.

E nota-se. Basta passar os olhos pelos jornais de hoje. Ainda assim…, vou reflectir um pouco mais. À beira-mar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pretérito mais-que-perfeito

Leave A Message from MSW on Vimeo.


Em espuma ela transforma as gotas de água com a alma jovial que nela morara

[Obrigado, Teresa (link)]

Quem viu.., viu que não viu, fica para a próxima… Sorry, "Leave A Message" was deleted at 10:23:23 Thu Jun 2, 2011. We have no more information about it on our mainframe or elsewhere.

No entanto…, o filme pode ser visto e descarregado aqui (link).

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Coisas que deveriam ser vistas sem simpatia

-Invadir funerais e manifestar regozijo pela morte em causa;
- Invadir comícios políticos e manifestar-se contra o político que preside ao evento.

Campo Contra Campo (CLVIII)

The Tree of Life - A Árvore da Vida, ****

Não é fácil falar ou escrever sobre a “A Árvore da Vida”. Desde logo porque a Palma de Ouro de Cannes deste ano não é ele próprio um filme fácil.

A filosofia não tem de chegar até nós apenas pela oralidade ou pela prosa. Podemos encontra-la na poesia (veja-se Fernando Pessoa, para não ir muito longe) ou nas artes plásticas (o que fizeram, por exemplo, os surrealistas?).

Antes de ser cineasta Terrence Malick (declaração de interesses: de quem sou fã) é um filósofo. Um filosofo, sorte a nossa, que se exprime dessa forma magnifica e facilmente inteligível que se chama sétima arte. Malick é um amigo da sabedoria e isso nota-se um pouco por toda a sua obra. Mas em “A Árvore da Vida” vai longe no seu labor, mergulhando fundo, de forma absolutamente radical nas grandes questões de todos os tempos.

Não esperem pois encontrar respostas por aqui; pelo contrario…, questões, demasiadas questões. Não vão também ver o filme porque “tem” Pitt e Penn se não vão acabar como aquela parvinha que na fila de trás, já nas sequências finais, suspira na sua imensa ignorância: “coitado do Sean Penn nesta coisa”.

Mais não sei dizer sobre “A Árvore da Vida”. Mas convido-vos ainda a ler esta (link) critica de Jorge Mourinha no Ípsilon e, sobretudo, este (link) magnifico texto de Alexandre Borges no Noite Americana.