segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Campo Contra Campo (CLII)

You Will Meet a Tall Dark Stranger - Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos, ****

Falar de um novo filme de Woody Allen é falar na esperança que renasce em ver outro "Match Point". Mas por alguma razão as obras-primas são isso mesmo: primas.

Felizmente vivemos num mundo imperfeito e nem tudo pode ser impar. Nesse sentido “Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos” é apenas “par”; par de outros tantos filmes de Allen que não são únicos mas “apenas” excelentes.

Deste “Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos” – título giro para fazer piadas com a moça da bilheteira do cinema – retemos o movimento perpétuo da escrita de Allen. São cerca de noventa minutos de plasmados em película mas podiam ser novecentos, pois nunca nos cansaríamos de ver o quão esféricos podem ser certos triângulos.

Destes há um que dá alma a todos os outros: Helena (Gemma Jones) a filha Sally (Naomi Watts) e o seu marido Roy (Josh Brolin). Porque é em cada um deles que encontramos um pedaço do ser em si de Woody Allen. E este deixa isso mesmo bem sublinhado com pelo menos dois plano-sequência (saber mais) magníficos, daqueles para mostrar nas escolas, captados no (propositadamente?) acanhado apartamento do casal.

Como bónus ainda temos o vestido encarnado de Freida Pinto, a experiência de Anthony Hopkins, o charme de Banderas. Não há muito mais a dizer. A não ser que…, não me importava de rever já “Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito do filme!

analima disse...

Apesar de o ter achado "apenas" mais um filme de Woody Allen não deixa de ser interessante perceber que a personagem que, no início do filme, apresenta o maior desiquilíbrio emocional (Helena) é a única que, no final, atinge alguma estabilidade. E tal acontece através de uma crença na irrealidade, inversamente ao que acontece com os outros que, menos dados a ilusões, criam para si situações negativas das quais nos parece que dificilmente conseguirão sair. Será que há aqui uma moral? Talvez. Ironia, certamente, há muita.