terça-feira, 20 de setembro de 2011

Instinto fatal

Para quem está atento aos detalhes, lugares onde mora o Diabo, como dizem os alemães, pode verificar que certas palavras, actos, reacções e factos mediatizados e acessíveis ao público em geral, bem como nas conversas e desabafos nas redes sociais e convívios pessoais ou profissionais, em todos esses grandes detalhes se denotam manifestações explícitas do instinto de sobrevivência, e não me refiro apenas ao que respeita a razões de ordem económica. Aliás, esta natureza pode bem ser a menos preocupante, se singrar o que verdadeiramente ele tem expressado: o sentimento da falta de esperança e de valores, numa palavra, a descrença na natureza humana e a (quase)fé de que o ser humano, actualmente, é pobre e sem valor em vários sentidos, pelo que crescem as teorias (e práticas) instrumentalistas, utilitárias e pragmáticas das diversas dimensões do ser humano, como individuo, cidadão, trabalhador, etc... As políticas de utilização da tecnologia colocam a cereja no bolo e os políticos e as forças políticas parece lançarem os confetti, não se dando conta que, com as políticas cortistas, cegas e de curto-prazo, um manto niilista cobrirá o país, podendo o mesmo se aplicar a outras partes do mundo… Não admira, portanto, que o instinto de sobrevivência esteja tão radioso. De admirar é mesmo o fim que quase todos esperam.

2 comentários:

LE disse...

Parece-me que será necessário definir sobrevivência... o suficiente para sobreviver, ou o suficiente para manter o nível de vida a que nos habituámos?

Parece-me que são, sobrevivências, bem diferentes...

Nuno Cunha Rolo disse...

Totalmente de acordo LE, como tentei descrever em post de 20JUL (http://blogarcadia.blogspot.com/2011/07/menos-dinheiro-para-viver-melhor.html). NCR