Avatar (3D), ****
Já tudo terá sido dito sobre “Avatar”? Talvez, ainda assim quero deixar aqui umas linhas.
Como sabem “Avatar” colocar um sem número de questões; eu fico-me apenas por dois planos.
Adjectivamente é impossível continuar a ver prodígios tecnológicos como “Avatar” sem coloca o cinema de hoje num plano ontológico. Em “Avatar” não estamos perante cinema ou, concedo, não estamos apenas perante cinema. Sendo certo que a questão já se colocou anteriormente aquando a passagem do mudo para o sonoro ou no momento que a imagem em movimento ganhou cor, certo é que o devir tecnológico lança objectos como “Avatar” para um plano metacinematográfico (não sei se a palavra existe, mas cai aqui que nem uma luva). Nada a fazer, a discussão terá de ser feita e, na minha nada humilde opinião, “Avatar” não é cinema, ou, no mínimo, não é apenas cinema.
Substantivamente, “Avatar” é mais do mesmo. O que mais temos visto no grande ecrã são ensaios sobre o bem e o mal enquadrados pela questão da natureza humana. De “Apocalipse Now” a “Braveheart”, passando pela saga da “Guerra das Estrelas” e a filmes menores como Waterworld (de uma ou outra forma todas estas obras surgem em nota e rodapé em “Avatar”) já conhecemos de fio a pavio o que Hollywood sabe do assunto.
No mais, “Avatar” cumpre com mestria a função com que foi desenhado: entreter compulsivamente. Tem uma banda sonora (coisa que infelizmente poucos parecem notar) irrepreensível e, naturalmente, tal como fez na entrega dos Globos de Ouro e vai fazendo no boxoffice, irá ganhar tudo o que tem para ganhar. Por outras palavras, se ainda não viram, faça como eu: não percam.
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