sábado, 24 de janeiro de 2009

A quem aproveita o "caso" Freeport? (2)

Concordo com o Jorge, quando ele diz que «ninguém fez por demonstrar a veracidade, ou falta dela, das noticías» de 2005 relativas ao Freeport. Esse é o problema da Justiça actual: é muito rápida a constituir arguidos e a lançar lama para cima das pessoas e raramente leva uma investigação sobre "gente importante" até ao fim, ou pelo menos em tempo útil.
O cidadão José Sócrates merecia uma investigação cuidada sobre este caso, que limpasse (ou não, consoante o caso) o seu bom nome, não permitindo que - desde 2005 - pairasse a suspeita sobre si.
Mas digo-o sobre Sócrates como o disse, condenando o "sentido de oportunidade" da Justiça na sua relação com Pedro Santana Lopes, aqui e aqui
Como cada vez mais a luta política se faz também na arena da Justiça (v.g. José Sá Fernandes), tendo a olhar para estes "lumes brandos" como partes de uma estratégia.
Por isso mantenho a pergunta: a quem aproveita o caso Freeport? A quem aproveita um cenário de eleições antecipadas com um dos contendores decapitados? A quem aproveita um Parlamento atomizado, sem uma maioria absoluta de um só partido?

2 comentários:

Jorge A. disse...

Caro Nuno,

"Por isso mantenho a pergunta: a quem aproveita o caso Freeport? A quem aproveita um cenário de eleições antecipadas com um dos contendores decapitados? A quem aproveita um Parlamento atomizado, sem uma maioria absoluta de um só partido?"

O problema é que aquilo que o Nuno sugere esbarra no facto do progresso das investigações ter sido feito pela policia britânica.

O Nuno refere-se ao problema da justiça portuguesa, mas se isto surge em nada a justiça/policia portuguesa têm culpa (só pela inépcia, porque como o PGR disse, o caso em Portugal estava parado).

"O cidadão José Sócrates merecia uma investigação cuidada sobre este caso"

Pois, pois merecia. Agora coloco-lhe eu uma questão, dada a quantidade diminuta de poderosos condenados pela justiça portuguesa, a quem aproveita o actual estado da justiça portuguesa?

"A quem aproveita um cenário de eleições antecipadas com um dos contendores decapitados?"

É isso que lhe preocupa não é? A partidarização da vida pública portuguesa tem destas coisas... você pouco se preocupa com o essencial do caso, o que quer é defender a sua dama.

AnaLu disse...

A questão, cá para mim, não é "a quem aproveita o caso freeport", é a (possível) quantidade de faulhas a jeito de serem acendidas (e nas alturas mais incómodas, claro). Eu não sou daquelas que acreditam que "não há fumo sem fogo" mas quando há demasidos fumos, é lícito que as pessoas se questionem... É lógico que há interesses, eles estão "no meio de nós". Há é que entender que são as figuras em questão que se "põem a jeito" e que as pessoas que ocupam cargos de tal importância estão sobre permanente escrutínio popular e faz sentido que o estejam. Claro que pode haver sentido de oportunidade mas isso não me incomoda assim tanto. O pior é que haja razões que suscitem esse mesmo sentido de oportunidade.