segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A meter água

Em Portugal já deixou de chover há muito anos. Quando éramos miúdos o inverno era o outono da nossa alma. Chovia copiosamente durante dias seguidos. As rua ficavam mais silenciosas sem as nossas jogatanas de bola e demais algazarras. Trancados em casa, sem Playstations ou afins, lá inventávamos jogos e outras brincadeiras. Ao fim de algum tempo adaptávamo-nos e quando, enfim, o céu ficava menos cinzento era necessário reinventar as brincadeiras de rua. Hoje tudo mudou, a começar pelo tempo. Em Portugal deixou de chover para, muito a espaços, levarmos com estas cargas de água.
Mas estes novos dias aquáticos são bem divertidos. Por varias razões. Desde logo porque são dias fáceis de prever para quem acompanha com atenção a meteorologia (não a portuguesa do INMG). Depois ligamos a televisão e vemos alguém nos arredores de Lisboa a ser resgatado do seu BMW como se de um pedinte do Bangladesh ou um mutilado do Camboja se tratasse - há coisa mais divertida? Há. O supremo gozo, para mim, é chegar de mota, espantosamente seco e a horas a qualquer local que precise; enquanto os demais pategos esperam, a ferver em stress, enlatados no transito.

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